Pós-graduação em Ciência Florestal

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PPGCF - Programa de Pós-graduação em Ciência Florestal

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    Dipteryx alata: predição de ocorrência, fragilidade ambiental e distribuição espacial
    (UFVJM, 2023) Paz, Ana Janaína Alves; Machado, Evandro Luiz Mendonça; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Machado, Evandro Luiz Mendonça; Costa, Thaís Ribeiro; Bruzinga, Josiane Silva
    A distribuição geográfica de espécies vegetais é influenciada por diversos fatores ambientais, como a variação climática e a dinâmica da paisagem. A compreensão da distribuição de espécies se torna cada vez mais importante com o aumento das mudanças ambientais. A Dipteryx alata Vog. (baru), é uma árvore frutífera nativa do Cerrado brasileiro com grande valor socioeconômico e ecológico. No entanto, as populações dessa espécie têm sido afetadas pelas transformações ambientais, acarretadas por mudança climática e alteração da paisagem. Compreender a dinâmica da paisagem e a disponibilidade de áreas para D. alata é extremamente importante, bem como, expressar a afinidade pessoal da autora desta dissertação com a espécie. A pesquisadora nasceu em uma família de pequenos extrativistas da castanha de baru. Nesta pesquisa de mestrado, a autora busca elucidar os fatores que estão afetando a distribuição e sobrevivência de D. alata e contribuir a conservação da espécie e de seus habitats em diferentes escalas. O trabalho foi estruturado em dois capítulos. O primeiro capítulo tem como objetivo verificar a disponibilidade de áreas com potencial de distribuição geográfica do baruzeiro, diante das mudanças climáticas e da dinâmica multitemporal de uso e cobertura do solo, a fim de contribuir para a conservação da espécie. Nesse capítulo foram construídos modelos preditivos da distribuição geográfica potencial de D. alata com base em dados botânicos e ambientais, utilizando o método de máxima entropia do algoritmo Maxent por meio do aplicativo Wallace em linguagem "R". O modelo selecionado para a projeção da distribuição geográfica potencial da espécie indicou que a máxima adequação ambiental está relacionada à temperatura média anual de aproximadamente 30° C e ao mês mais chuvoso do ano com precipitação de aproximadamente 100 mm. O modelo preditivo também mostrou que a área com potencial de ocorrência da espécie teve crescimento significativo do período LGM até o Holoceno, mas no futuro, sob cenários pessimistas, ocorre redução geográfica de distribuição da espécie. Além disso, a conversão de ambientes naturais em espaços de uso antrópico afeta diretamente áreas potenciais do baruzeiro, tornando a espécie susceptível à dinâmica humana de uso e cobertura do solo. Neste contexto, foi estruturado o capítulo 2 que tem como objetivo compreender a dinâmica multitemporal da paisagem local e seus efeitos na biodiversidade florestal, com foco em D. alata, no município de Buritizeiro-MG. Foram utilizadas imagens do Mapbiomas para analisar a evolução temporal do uso e cobertura do solo no município. Além disso, foram escolhidas áreas com histórico de práticas extrativistas de Baru em diferentes usos do solo para avaliar a distribuição e abundância de D. alata. Foi encontrada uma perda significativa de áreas naturais no município ao longo do tempo, com a conversão para pastagem, agricultura e silvicultura. A densidade de indivíduos de D. alata na formação savânica foi muito superior à encontrada em áreas de pastagem. A densidade, estrutura das populações remanescentes e distribuição espacial da espécie foram afetadas pela dinâmica multitemporal da paisagem. Esta dissertação demonstra que o baruzeiro é altamente dependente de áreas com condições climáticas específicas, sendo vulnerável a transformações ambientais naturais e antrópicas, em escala continental e local. Portanto, é crucial a implementação de estratégias embasadas em pesquisas científicas, como esta, que elucidem as influências das mudanças ambientais espaço-temporais na distribuição de D. alata. Dessa forma, será possível garantir a sobrevivência a longo prazo da espécie de políticas de conservação da espécie que incluam a criação de reservas naturais, regulamentações para o controle do corte, e a sensibilização da comunidade sobre a importância da espécie.
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    Diversidades florística e funcional de Campo Rupestre na Reserva da Biosfera da Serra do Espinhaço
    (UFVJM, 2023) Roberto, Bruno Gomes; Gonzaga, Anne Priscila Dias; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Gonzaga, Anne Priscila Dias; Rech, André Rodrigo; Morais, Marcelino Santos de
    Este trabalho teve como objetivo verificar se os parâmetros da teoria dos OCBIL, como a dispersibilidade de espécies reduzida, alto endemismo local e raridade comum, explicariam os padrões de diversidades taxonômica e funcional da flora entre micro-habitats de um Campo Rupestre quartzítico na Reserva da Biosfera da Serra do Espinhaço. Para isso comparou-se as diversidades taxonômica e funcional entre os micro-habitats rocha, fenda, areia, cupinzeiro e forófito. A hipótese assume que a diversidade taxonômica entre os micro-habitats é diferente, enquanto que a diversidade funcional é similar. Isso porque os Campos Rupestres, mesmo em áreas próximas, possuem alta diversidade taxonômica. Porém, os filtros ambientais similares resultariam em adaptações convergentes nos traços funcionais. A área de estudo encontra-se próxima ao distrito de Extração, Diamantina, Minas Gerais, Brasil. No local foi alocada uma parcela de 100x50 metros e subdivida em 50 subparcelas de 10x10 metros. Nestas foi realizado o censo das angiospermas adultas vivas, indicando o micro-habitat em que se encontravam. As plantas coletadas foram depositas no Herbário Dendrológico Jeanine Felfili. A análise da diversidade taxonômica foi medida pelos índices de similaridade de Jaccard e Czekanowski, e pelo índice de diversidade de Shannon e Equabilidade de Pielou. Na diversidade funcional utilizou-se os índices multidimensionais: riqueza, equabilidade, divergência e dispersão funcional. Foi verificado, através de modelos nulos para a riqueza e dispersão funcionais, se a montagem da comunidade é influenciada por fatores abióticos. Foram encontrados 14600 indivíduos, compreendendo 35 famílias e 110 espécies. Os táxons mais ricos e abundantes foram a família Velloziaceae e o gênero Vellozia. Muitas espécies endêmicas foram amostradas. O micro-habitat mais diverso taxonomicamente foi a areia e o menos os forófitos. O índice de Jaccard mostrou que as espécies dos cupinzeiros e dos forófitos são dissimilares dos outros micro-habitats, exceto na comparação cupinzeiro x rocha. No restante dos micro-habitats, as espécies foram similares. Enquanto que, o índice de Czekanowski indicou similaridade apenas entre areia e fenda. O índice de Shannon variou entre 3,98 na areia e 0,861 nos forófitos. A Equabilidade de Pielou evidenciou que os indivíduos se encontram melhor distribuídos no cupinzeiro e mais concentrados nos forófitos. A análise dos índices multidimensionais de diversidade funcional, baseou-se na forma de vida, consistência da folha e presença de tricomas, síndrome de dispersão de sementes e tipo de fruto. Eles demostraram que a areia obteve o maior valor de riqueza funcional, enquanto que o cupinzeiro mostrou ter a maior equabilidade funcional. Já os índices de divergência e dispersão funcionais foram maiores na rocha. As plantas epífitas alcançaram os menores valores em todos os quatro índices. Os modelos nulos confirmaram que o ambiente influencia na montagem das comunidades. Com isso, corroborou-se parcialmente a hipótese quanto à diversidade taxonômica e totalmente quanto à diversidade funcional. Foi atestado que o Campo Rupestre amostrado atende à expectativa da condição biótica para sua classificação como um OCBIL.
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    Diagnose da composição nutricional de povoamentos clonais de eucalipto pelo método CND
    (UFVJM, 2022) Silva, Laís Graziele; Santana, Reynaldo Campos; Neves, Júlio César Lima; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Santana, Reynaldo Campos; Neves, Júlio César Lima; Leite, Helio Garcia; Cantarutti, Reinaldo Bertola; Martins, Lafayete Gonçalves Campelo
    O monitoramento nutricional em plantios de eucalipto por meio da análise foliar subsidia ajustes no manejo nutricional para manter e/ou alcançar maiores produtividades. Dentre os métodos de interpretação da análise foliar destaca-se a Diagnose da Composição Nutricional (CND). O CND é uma expansão multivariada dos métodos univariados e bivariados que pode resultar em diagnósticos mais precisos e expressar o grau de equilíbrio nutricional da cultura, por considerar a interação entre todos os nutrientes. O objetivo deste estudo foi avaliar a eficiência do método CND na diagnose nutricional de plantios clonais de eucalipto. O banco de dados foi composto de teores foliares de macro e micronutrientes e crescimento de plantios de eucalipto, compreendidos por diferentes genótipos e idades (de 0,4 a 72 meses). Estes, foram coletados de diversas empresas e situados em várias localidades do país. A população de referência foi obtida com base na abordagem da linha de fronteira superior do relacionamento entre o crescimento em altura em função da idade. As normas CND foram obtidas a partir desta população. Posteriormente, foram obtidos os índices CND e os nutrientes foram ordenados quanto ao grau de limitação nutricional de acordo com o potencial de resposta à adubação (PRA). Os índices CND também foram relacionados com o crescimento relativo em altura (CRH) e com o crescimento relativo em volume (CRV). Posteriormente, a região de fronteira superior destes relacionamentos foi utilizada para gerar as curvas de resposta potencial nutrientes específicas (CRPNE). Estas, foram ajustadas através de dois modelos: o polinomial de 2° grau e a regressão duplo linear com resposta platô (RDLP) a fim de comparar quais dos modelos se ajustariam melhor aos dados. A partir das CRPNE foram obtidas as faixas de suficiência (FSU) para os índices CND, utilizando tanto as equações ajustadas pelo modelo polinomial de 2° grau quanto as ajustadas pela RDLP. A diagnose nutricional dos plantios de eucalipto também foi realizada considerando as FSU. O estabelecimento de normas CND utilizando a população de alta produtividade estabelecida pela linha de fronteira demonstrou ser apropriada para a maioria dos nutrientes. As normas CND obtidas para macro e micronutriente, foram precisas para todos os nutrientes, exceto para P, Mn e S. A sequência de limitação por falta dos nutrientes dada pelo PRA foi Cu > Mg = S > Fe = Mn > Ca > Zn = B > N > P = K. As CRPNE foram explicativas, sendo que aquelas obtidas pela RDLP se ajustaram melhor ao relacionamento entre os índices CND e o CRH e o CRV. As FSU obtidas para o CND são assimétricas quanto aos seus limites e apresentaram intervalos bem amplos. Estas, foram adequadas para avaliar o status nutricional de povoamentos clonais de eucalipto e demonstraram que a maioria dos talhões avaliados enquadraram-se na classe normal.
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    Dinâmica, florística e estrutura de um fragmento manejado na região do arco do desmatamento no Sudeste do Pará
    (UFVJM, 2022) Cardoso, Juliana Fonseca; Oliveira, Marcio Leles Romarco de; Nogueira, Gilciano Saraiva; Lafetá, Bruno Oliveira; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Oliveira, Marcio Leles Romarco de; Nogueira, Gilciano Saraiva; Lafetá, Bruno Oliveira; Ruschel, Ademir Roberto
    Informações sobre a distribuição diamétrica de povoamentos florestais subsidiam o manejo florestal sustentável. Assim, neste trabalho objetivou-se avaliar a influência da exploração madeireira na composição, dinâmica e distribuição diamétrica, em um fragmento enriquecido de Floresta Tropical Amazônica antropizada, localizada na Fazenda Shet, Dom Eliseu – PA, no período de 11 anos. Foram analisados os dados do inventário florestal contínuo realizados em duas ocasiões, previamente (2009) e após (2020) a exploração madeireira (2014). Avaliou-se a composição florística, estrutura horizontal e dinâmica de mortalidade e ingresso, além do incremento periódico anual (IPA) e a distribuição diamétrica de toda a comunidade arbórea com DAP ≥ 5cm divididas em três situações, 1. todos os indivíduos inventariados; 2. indivíduos de Paricá e; 3. todos indivíduos inventariados, exceto Paricá. Foram destacadas 368 espécies distribuídas em 182 gêneros pertencentes a 56 famílias. A maior abundância foi encontrada para a família Fabaceae, sendo verificado os maiores valores de IVI para a espécie C. distachya, exceto no último inventário, o qual se destacou a S. racemosa. Todos os inventários realizados tiveram espécie Paricá com o segundo maior valor de IVI. A diversidade florística teve a média de 4,54 nats-¹ e equabilidade 0,78 J’ quando tratando das Situações 1 e 3. A taxa de mortalidade para a situação 1 foi de 1,92% e o ingresso, de 3,99%, e para a situação 2 apresentou taxa de mortalidade de 2,63% e ingresso 0,51%. O IPA em diâmetro da comunidade apresentou média de 0,32 cm ano-¹ e 1,58 cm ano-¹ para a espécie Paricá. A distribuição diamétrica para as situações 1 e 3 aderiram ao teste Komolgorov-Smirnov a 1%, a distribuição na situação 2, não aderiu em nenhum dos anos monitorados. A diversidade do componente arbóreo analisado apresentou-se de acordo com a média encontrada por outros estudos realizados na Amazônia. A função Weibull 3P descreu satisfatoriamente toda comunidade e a comunidade sem Paricá, no entanto não foi satisfatório para a distribuição somente da espécie Paricá.
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    Métodos de potencial de uso conservacionista, fragilidade ambiental e perda de solo: estudo para a porção cimeira da bacia do rio Jequitinhonha, Minas Gerais
    (UFVJM, 2022) Neves, Lomanto Zogaib; Mucida, Danielle Piuzana; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Mucida, Danielle Piuzana; Gorgens, Eric Bastos; Oliveira, Marcio Leles Romarco de; Lafetá, Bruno Oliveira; Matosinhos, Cristiano Christofaro
    A conversão de paisagens naturais para antropizadas podem acarretar mudanças de processos vinculados à terra com consequências ambientais para a região de sua abrangência e, consequentemente, no equilíbrio entre a conservação do ecossistema e a produção de bens e serviços necessários à sociedade. O objetivo deste trabalho compreendeu desenvolver diagnósticos e analisar metodologias Potencial de Uso Conservacionista (PUC), PUCconflito, Fragilidade Ambiental Potencial (FAP) e Emergente (FAE), Potencial Natural de Erosão (PNE) e a Equação Universal de Perda de Solos (EUPS) no entendimento sobre as suas semelhanças e diferenças quanto a aptidão agrossilvipastoril, fragilidade ambiental e perda de solos para a porção cimeira da bacia do Alto Jequitinhonha (JQ1), Minas Gerais. Neste sentido, no primeiro capítulo é apresentada uma revisão sobre as metodologias PUC, FAP e PNE contemplando a revisão com a inserção do uso da terra, denominadas PUCconflito, FAE e a EUPS. No segundo capítulo são apresentadas metodologias aplicadas à área de estudo, a porção cimeira da Bacia do rio Jequitinhonha. O PUC foi obtido a partir de álgebra de mapas de declividade, litologias e classes de solos com atribuições de pesos referentes a aptidão agrícola. Para obtenção de FAP foram utilizadas as variáveis ambientais Declividade, Litologia, Classe de solo, pluviosidade e hierarquia fluvial com pesos referentes à vulnerabilidade ambiental. Já para PNE foram utilizados processos de Erosividade, Erodibilidade e do fator topográfico, denominado LS. A partir da adição do uso e ocupação da terra em cada metodologia obteve-se dados de uso conflitante da terra (pelo PUC); a FAE (a partir do FAP) e EUPS (pelo PNE). Foi realizada uma análise da probabilidade entre as metodologias analisadas com intuito de observar semelhanças ou discrepâncias entre classes dos métodos. Uma matriz de probabilidade foi confeccionada com as seguintes associações: PUC vs FAP, PUC vs PNE, PNE vs FAP, PUCconflito vs FAE, PUCconflito vs EUPS e EUPS vs FAE. Para a confecção desta matriz foram criados 2000 pontos de controle aleatórios na área de estudo. A área de estudo apresentou dados PUC indicativos de aptidão agrossilvipastoril predominantemente de média a baixa (~70%). Estas informações são de certa forma, complementares aos dados da FAP, que indicam a predominância de índices de alta e média fragilidades (~75%) com percentual significativo de fragilidade muito alta (~20%). Essa diferença se dá pela FAP utilizar duas variáveis adicionais, a hierarquia fluvial e pluviosidade. O PNE predominante apresentou valor muito baixo devido a pesos computados internamente na equação, em especial para os afloramentos rochosos, que apresentam baixo peso para perda de solo, mas computa altas ponderações para fragilidade ambiental. O acréscimo do mapa de uso e ocupação da terra para obtenção do PUCconflito indicou alto percentual de compatibilidade e baixa necessidade de controle e manejo ou de áreas incompatíveis. FAE demonstrou uma diminuição de áreas de alta e muito alta fragilidade, indicando que a cobertura do terreno conferiu uma estabilidade quanto ao uso. Dados semelhantes foram encontrados pelo uso da EUPS, que somaram significativamente as classes baixas e baixas moderadas quanto à perda de solo. As matrizes de compatibilidade evidenciaram que tanto o PUC quanto o PUCconflito apresentam resultados mais permissivos no que diz respeito ao uso de regiões quanto comparadas ao FAP e FAE, respectivamente. Tal fato evidencia que, na área de estudo, ocorrem divergências entre estas metodologias sem ou com a incorporação do fator uso e ocupação do terreno, mas estas são em menor expressão. As matrizes que se relacionavam ao PNE e EUPS não evidenciaram conflitos com PUC e PUCconflito, em virtude da predominância da região em classes com baixa perda de solo.
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    Influência da evolução do uso e ocupação do solo na evapotranspiração em bacias hidrográficas
    (UFVJM, 2022) Silva, Bruno Hericlles Lopes; Gorgens, Eric Bastos; Matosinhos, Cristiano Christofaro; Mucida, Danielle Piuzana; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Gorgens, Eric Bastos; Mucida, Danielle Piuzana; Morais, Marcelino Santos de
    As mudanças do uso da terra, principalmente a substituição de áreas de vegetação nativas por monoculturas, consiste em um tema que gera controvérsias e continuam a despertar debates quanto a seus impactos no meio ambiente. De modo geral, criticam-se os efeitos sobre o solo (empobrecimento e erosão), a água (impacto sobre a umidade do solo, os aquíferos e lençóis freáticos) e a baixa biodiversidade resultante da antropização. Este trabalho tem por objetivo analisar o impacto da mudança do uso e ocupação da terra (1985-2020) no padrão de evapotranspiração de bacias hidrográficas. Foram escolhidas três bacias pertencentes à bacia do Jequitinhonha (Minas Gerais): Rio Soledade, Rio Preto e Ribeirão Santana. Os mapas anuais de cobertura e uso da terra foram obtidos pela plataforma MapBiomas para os anos de 1985 e 2020. Foram feitos mapas de evapotranspiração por meio da reclassificação dos valores do raster do MapBiomas, com os valores de evapotranspiração da vegetação encontrados na literatura e derivados de sensoriamento remoto pela metodologia Penman-Monteith-Leuning. Esses produtos foram usados para avaliar o impacto da mudança do uso e ocupação da terra (1985-2020) na evapotranspiração das bacias em estudo. Foi percebido que na bacia do Rio Preto e na do Ribeirão Santana onde o grau de mudança de uso e ocupação da terra foi mínimo, a mudança nas taxas de evapotranspiração em todos os cenários e também no modelo Penman-Monteith-Leuning apresentaram as menores variações, enquanto na bacia do Rio Soledade onde o grau de mudança de uso e ocupação da terra foi significativo, a mudança nas taxas de evapotranspiração apresentou aumento, indicativo de uma maior pressão sobre a disponibilidade hídrica da bacia.
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    Miniestaquia de Mimosa tenuiflora (Jurema preta), Piptadenia retusa (Jurema branca) e Mimosa ophthalmocentra (Jurema de embira)
    (UFVJM, 2022) Souza, Cleyton dos Santos; Machado, Evandro Luiz Mendonça; Botrel, Rejane Tavares; Araújo, Poliana Coqueiro Dias; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Machado, Evandro Luiz Mendonça; Botrel, Rejane Tavares; Araújo, Poliana Coqueiro Dias; Titon, Miranda
    A região semiárida é caracterizada pelo clima seco, alta temperatura, baixa precipitação anual, podendo ter solos profundos ou rasos. O bioma Caatinga, inserido em regiões com clima semiárido, possui diversas espécies florestais, tendo como usos principais a madeira, para pequenas construções, cercas, lenha e carvão e uso medicinal. Devido as características desse bioma, a implantação de plantios de espécies florestais para uso comercial apresenta diversas limitações, dentre as quais está a carência de estudos que demostrem viabilidade econômica para região, sendo o uso terapêutico e medicinal uma das possibilidades. As espécies jurema-preta, jurema-de-embira e jurema-branca, são utilizadas a muitos anos na medicina popular, por diversas tribos e povos, que utilizam essas plantas de forma recreativa e para tratar diversas enfermidades. Para que seja possível a implantação de plantios que tragam rentabilidade, técnicas silviculturais devem ser adotadas, sendo a multiplicação clonal de indivíduos elite dessas espécies uma ótima alternativa. Esse trabalho objetivou verificar o enraizamento adventício dessas espécies por meio da propagação vegetativa por miniestaquia. Avaliou-se a sobrevivência das minicepas no minijardim seminal, a posição ideal do propágulo (apical e intermediária), aplicação de concentrações (0, 2.000, 4.000 e 6.000 mg.l-1) de ácido indolbutírico (AIB), o período que acontecem as alterações morfológicas envolvidas no enraizamento adventício e análise morfoanatomica. Constatou-se que é possível o manejo do minijardim de forma satisfatória e produtiva e que a espécie tem potencial de enraizamento adventício por miniestaquia, independentemente da posição do propágulo e das concentrações de AIB. O enraizamento das espécies inicia após o quinto dia do estaqueamento e a formação de uma muda com parte área e radicular se dá aos 25 dias. A rizogênese ocorre pela via direta, por alterações próximo a região cambial. Conclui-se que a espécie demostra ter potencial para plantios silviculturais, utilizando a miniestaquia na propagação de mudas. O estresse ambiental pode indicar aumento de produtividade do minijardim, e que não é necessário o uso de AIB, e o tempo de enraizamento em casa de vegetação não é superior a 25 dias.
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    Análise comparativa de metodologias de mapeamento de uso conflitante da terra: estudo de caso em sub-bacias do rio Araçuaí
    (UFVJM, 2022) Martins, Ilziane Carmem; Mucida, Danielle Piuzana; Gorgens, Eric Bastos; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Mucida, Danielle Piuzana; França, Luciano Cavalcante de Jesus; Matosinhos, Cristiano Christofaro
    Estudos de avaliação de terras contribuem para a manutenção dos serviços ecossistêmicos, possibilitam usos mais sustentáveis e mitigam problemas ambientais. No âmbito das metodologias de avaliação fundiária, o método Unidades de Paisagem (UPs) compõe o manual oficial de Zoneamento Ambiental e Produtivo (ZAP) de Minas Gerais. Além dele, existe o Potencial de Uso para Conservação (PUC), proposto como alternativa na etapa de avaliação de terras do ZAP. Este trabalho teve como objetivo avaliar os produtos das metodologias UPs e PUC aplicadas em um estudo de caso nas bacias do Ribeirão Santana e do Rio Preto, no alto rio Araçuaí, principal afluente do Rio Jequitinhonha. Foram gerados mapas de unidades de paisagem e potencial de uso de conservação, cruzados com o mapa de uso e ocupação do solo. Como produtos, geramos mapas de conflitos da UPs e da PUC que mostram a compatibilidade, necessidade de controle e manejo ou incompatibilidade do uso atual da bacia. Com base nas UPs, o mapa de uso conflitante homogeneizou áreas muito extensas, enquanto a PUC gerou conflitos mais detalhados. Nas regiões antropizadas, o conflito pela PUC estabeleceu áreas mais necessárias de Controle e Manejo, enquanto pela UPs, muitos desses pontos foram classificados como Compatível ou Incompatível. A acurácia global obtida pelos métodos para os conflitos nas duas bacias foi de forte concordância. Os valores do índice Kappa (28%) indicam concordância razoável para Ribeirão Santana e concordância substancial (63%) para Rio Preto, revelada na precisão do usuário e produtor. As classes Controle e Manejo e Incompatível indicaram pontos mais sensíveis e discordantes na análise qualitativa. As bacias são caracterizadas principalmente por propriedades dedicadas à agricultura familiar e, nesse sentido, mapas mais detalhados são mais eficientes nas políticas públicas, considerando a escala dos imóveis rurais. Informações de campo indicaram que algumas áreas antropizadas, principalmente pastagens, apresentam alto grau de degradação, exigindo práticas de manejo conservacionistas. Nesse ponto, o mapa de conflitos pelo PUC foi mais condizente com a realidade. Apesar das vantagens da PUC para o cenário avaliado, o método UPs proporciona maior intimidade com a área de estudo. Além disso, fatores climáticos e tecnologias agrícolas, em escala regional, devem ser incluídos nas análises para avaliar a capacidade de uso da terra.
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    Resgate e propagação clonal de híbridos de Eucalyptus spp.
    (UFVJM, 2022) Pena, Claudilene Aparecida Alves; Titon, Miranda; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Titon, Miranda; Santana, Reynaldo Campos; Costa, Márcia Regina da
    Os programas de melhoramento genético do eucalipto estão em constante aprimoramento, visando obter características desejáveis. Após a seleção da árvore que apresenta a característica de interesse, as etapas seguintes são o resgate vegetativo ou clonal e a produção de mudas a partir das brotações. A interação genótipo-ambiente e o método de resgate são alguns dos fatores que podem afetar a produção de brotações, o enraizamento e a qualidade das mudas. Este trabalho objetivou avaliar o resgate clonal em campo de 14 clones de Eucalyptus spp. por duas técnicas de corte raso para resgate de brotações em dois tempos. Para avaliar a emissão de brotações adotou-se o delineamento em blocos casualizados, em esquema fatorial 14x2x2, sendo: 14 Clones, e resgate via corte raso a 10 e 90 cm de altura nos dois tempos 90 e 120 dias após a resgate das brotações, com quatro blocos por tratamento. Aos 90 e 120 dias após a resgate das brotações foram avaliados o número de brotações com mais de 10 cm e altura máxima das brotações. Na etapa de produção de mudas adotou-se o delineamento em blocos casualizados, em esquema fatorial 14 x 2 (14 clones e duas técnicas de resgate clonal em corte raso), com 5 blocos de 88 estacas. Aos 90 dias após o estaqueamento, avaliou-se o percentual de sobrevivência, altura de plantas, diâmetro do coleto, massa seca da parte aérea e das raízes e índice de qualidade de Dickson (IQD). Com relação à emissão de brotações, os clones apresentaram diferenciação quanto ao número de brotações, independentemente da técnica de resgate, obtendo brotações com altura máxima média de 53,37 cm. Os clones 01 e 09 foram os mais recalcitrantes à formação de brotações e apresentaram menores alturas. Os clones 03 e 09 diferiram estatisticamente quanto ao método de resgate empregado, apresentando maior número de brotações no método de corte a 90 cm. O tempo de coleta das brotações influenciou significativamente, obtendo-se maior quantidade e brotações de maiores alturas aos 120 dias. Na produção de mudas, o clone 24, híbrido controlado de E. urophylla x (E. camaldulensis x E. grandis), embora tenha obtido alto percentual de sobrevivência, apresentou mudas com um dos menores IQD. Os híbridos de E. grandis x E. pellita (clones 01 e 09) tiveram os menores percentuais de sobrevivência. O clone 20, (E. camaldulensis x E. grandis) x E. urophylla, independentemente do método de resgate utilizado, foi um dos que apresentou mudas de melhor qualidade. O fator genético (clone) teve maior influência na sobrevivência e qualidade das mudas do que o método de resgate.
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    Modelagem espacial para indicação de áreas potenciais para cultivo de espécies nativas na Reserva da Biosfera do Espinhaço
    (UFVJM, 2022) Azevedo, Carlos Henrique Souto; Santana, Reynaldo Campos; Machado, Evandro Luiz Mendonça; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Santana, Reynaldo Campos; Machado, Evandro Luiz Mendonça; Rech, André Rodrigo; Pereira, Israel Marinho; Morais, Marcelino Santos de
    A Reserva da Biosfera do Espinhaço é uma importante região do ponto de vista ecológico, social e de conservação de recursos naturais. Identificar regiões com potencial para cultivo de espécies nativas é crucial para implementação de estratégias de plantio e manejo. Entender a distribuição potencial e os fatores ambientais limitantes é o primeiro passo para definir a área para plantio dessas espécies em escala regional. Por meio deste trabalho objetivou-se identificar regiões com aptidão e preditores ambientais adequados para cultivo de diferentes espécies arbóreas usando Modelo de Entropia Máxima - MaxEnt. Foram gerados vários modelos e a seleção do melhor modelo em comparação com modelos aleatórios foi feita usando AUC de teste e erro de omissão. Os modelos gerados com MaxEnt foram altamente precisos (área sob a curva [AUC] ≥ 0,76). Eremanthus erythropappus (DC.) MacLeisch, Hymenaea courbaril L., Lychnophora ericoides Mart., Piptadenia gonoacantha (Mart.) J. F. Macbr., Pterodon ermarginatus Vogel, Zeyheria tuberculosa (Vell.) Bureau ex Verl. apresentaram áreas potencias de cultivo ocupando 2.981.297, 7.412.686, 4.806.243, 4.939.528, 8.262.419, e 6.524.967 ha, respectivamente. Os resultados mostram que classes de solos e topografia são os fatores ambientais dominantes que limitam a amplitude de adequabilidade potencial. A modelagem de distribuição utilizando o algoritmo MaxEnt possibilitou determinar as áreas potenciais de cultivo para espécies nativas de potencial valor comercial.