Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação

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A Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação da Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri - PRPPG/UFVJM - tem a finalidade de apreciar, coordenar, auxiliar, deliberar e homologar as atividades de Pesquisa, Pós-Graduação e inovação da Instituição. A PRPPG possui um orgão de deliberação denominado Conselho de Pesquisa e Pós-Graduação - CPPG. A "Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação" é constituída pela Diretoria de Pesquisa e pela Diretoria de Pós-Graduação no campus sede da UFVJM e pelas diretorias de Pesquisa e de Pós-Graduação dos campi fora de sede.

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    Confiabilidade e validade de constructo do Patient Generated Index (PGI) em pacientes pós-Hemorragia Subaracnoidea
    (UFVJM, 2023) Coelho, Ludmila Santos; Alcântara, Marcus Alessandro de; Lima, Vanessa Pereira de; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Alcântara, Marcus Alessandro de; Bastone, Alessandra de Carvalho; Costa, Bruno Silva
    Introdução: A Hemorragia Subaracnóidea (HSA) é uma emergência médica causada pelo sangramento cerebral no espaço subaracnóideo. Apesar da baixa incidência em relação à totalidade de Acidente Vascular Encefálico (AVE), é uma doença com alta morbimortalidade e prognóstico ruim para a funcionalidade e qualidade de vida entre os sobreviventes. Estudos têm mostrado que fatores como déficit cognitivo, limitação à participação social e dificuldade de retorno ao trabalho estão significativamente associados à incapacidade a longo prazo e redução da qualidade de vida relacionada à saúde (QVRS). A mensuração da QVRS em pacientes pós-HSA é realizada por meio do Medical Outcomes Short-Form Health Survey (SF-36) ou pelo Stroke Specific Quality of Life Scale (SSQOL). Embora usados internacionalmente, as propriedades psicométricas desses questionários não foram avaliadas na população de HSA. Além disso, eles apresentam estruturas padronizadas pré-determinadas que, muitas vezes, não consideram a percepção subjetiva do indivíduo sobre a vida e sua multidimensionalidade. Considerando a evolução da HSA e o ônus que essa condição impõe aos seus sobreviventes, é de suma importância melhorar a avaliação da QVRS nessa população. O questionário Paciente Generated Index (PGI) é um instrumento não estruturado, na qual se avalia a QVRS na perspectiva do paciente e traz um conceito contemporâneo de avaliação de qualidade de vida. Entretanto, a confiabilidade e validade em pacientes pós-HSA não foi estudada. A validação do PGI para pacientes pós-HSA permitirá o seu uso nos serviços de reabilitação, contribuindo para um planejamento da assistência direcionado de acordo com necessidades especificas do indivíduo. Objetivo: avaliar a confiabilidade e validade da versão brasileira do PGI em pacientes em reabilitação pós-HSA. Método: Trata-se de um estudo de análise de propriedade de medida que incluiu 51 pacientes em tratamento no setor de reabilitação da Santa Casa de Misericórdia de Belo Horizonte após diagnóstico de HSA. Foram incluídos os pacientes com idade igual ou superior a 18 anos, com um mínimo de 30 dias após o evento da HSA e capazes de oferecer autorização por escrito do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Para fins de validade de construto, os participantes responderam aos instrumentos Patient Generated Index e Stroke Specific Quality of Life Scale. Para avaliar a confiabilidade os participantes responderam ao questionário duas vezes, com um intervalo de 7 a 14 dias entre eles. Os resultados foram analisados pelo software estatístico IBM SPSS Statistics Software®. Resultados: Quanto à validade de constructo, encontrou-se uma correlação moderada (r=- 0,53; p<0,05) entre os escores totais do PGI e SSQOL. Quanto a confiabilidade, foi encontrado um CCI de 0,91 (p<0,05) indicando uma boa estabilidade entre as medidas. A análise do diagrama de Bland-Altman mostrou uma excelente concordância entre as medidas do PGI. A confiabilidade interobservador (r= -0,94; p<0,05). Conclusão: Os achados deste estudo mostraram que o PGI é um instrumento válido e confiável para medir qualidade de vida em pacientes pós-HSA.
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    Tradução, adaptação transcultural e validação de um questionário específico para doenças periodontais: OHIP 14 DP - Br
    (UFVJM, 2023) Martins da Cruz, Timilly Mayra; Gonçalves, Patrícia Furtado; Douglas de Oliveira, Dhelfeson Willya; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Gonçalves, Patrícia Furtado; Drummond, Andreia Maria Araújo; Paiva, Saul Martins de; Silva, Cleverson de Oliveira e; Ramos Jorge, Maria Letícia
    A doença periodontal é considerada uma das doenças crônicas mais prevalentes na população adulta mundial. Sua capacidade de influenciar negativamente a qualidade de vida dos pacientes é relevante e tem sido avaliada com base em instrumentos genéricos para esta finalidade. Considerando a ausência de um instrumento de condição específica para se avaliar a amplitude do impacto que esta doença pode causar no bem estar físico e psicológico de pacientes diagnosticados com doença periodontal, nesta tese, buscou-se primeiramente realizar uma revisão narrativa sobre quais instrumentos genéricos tem sido mais utilizados para se avaliar o impacto da doença periodontal na qualidade de vida dos indivíduos, bem como revisar suas características principais. Esta revisão concluiu que atualmente, um dos instrumentos genéricos mais utilizados nos estudos que buscam avaliar o impacto da doença periodontal continua sendo o OHIP 14, seguido do OIDP. O segundo artigo apresentado nesta tese teve como objetivo traduzir, adaptar transculturalmente e validar um questionário específico para se avaliar a influência da doença periodontal no cotidiano desses indivíduos, o OHIP 14 DP - Br. O processo de tradução, adaptação transcultural e validação da versão brasileira do questionário seguiu um protocolo consolidado cobrindo as seguintes etapas: 1) tradução do questionário original (em espanhol) para o português e sua síntese; 2) retro tradução da versão sintetizada para o espanhol; 3) Pré teste em um grupo selecionado (n=30); 4) teste de propriedades psicométricas do instrumento traduzido (n=110), em dois grupos: com e sem doença periodontal. Um painel de especialistas foi montado para monitorar todo o processo e relatórios de cada etapa. O questionário foi aplicado duas vezes no grupo com presença de doença periodontal, dentro de um intervalo de 7 a 10 dias. Os dados foram submetidos a testes de consistência interna e de validade, sendo analisados estatisticamente no software SPSS. A amostra foi composta por 69 mulheres e 41 homens, com média de idade de 40,65 anos. O OHIP 14 DP - Br apresentou o alfa de Cronbach de 0,945 e ICC=0,997, ambos com p<0,001. Além disso, a versão brasileira apresentou associação significativa entre as dimensões do questionário traduzido e a doença periodontal. A correlação entre as dimensões do questionário e a autoavaliação da saúde gengival apresentou valores de rs= -0,310 e p=0,023. Nenhum item do questionário necessitou ser excluído. Conclui-se que o processo de tradução e adaptação transcultural do OHIP 14 DP - Br foi validado, apresentando boa consistência interna, confiabilidade e validade.
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    Asma e exercício aquático: uma revisão sistemática de ensaios clínicos controlados e randomizados
    (UFVJM, 2022) Angelo de Deus, Franciele; Lima, Vanessa Pereira de; Oliveira, Vinícius Cunha de; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Lima, Vanessa Pereira de; Oliveira, Vinícius Cunha de; Costa, Henrique Silveira; Peixoto, Marco Fabricio Dias
    Objetivo: Realizar uma revisão sistemática das evidências disponíveis que investigaram o efeito dos exercícios aquáticos sobre a função pulmonar e a qualidade de vida em pacientes asmáticos. Métodos: Foi realizada uma busca nas bases de dados MEDLINE, CINAHL, COCHRANE LIBRARY, EMBASE, AMED, SPORTDISCUSS e Physiotherapy Evidence Database (PEDro) para ensaios controlados randomizados (RCTs) que avaliaram o efeito do exercício aquático em comparação com o controle (sem exercício) ou exercício em solo sobre a função pulmonar e a qualidade de vida em pacientes asmáticos. Os estudos elegíveis foram revisados independentemente por dois revisores. A qualidade metodológica dos estudos incluídos foi avaliada utilizando a escala PEDro. A meta-análise foi realizada utilizando o modelo de efeitos aleatórios quando possível, e estimativas foram apresentadas como diferenças médias (DMs) e os intervalos de confiança de 95% (ICs) foram apresentados. A qualidade da evidência foi avaliada utilizando a ferramenta GRADE. Resultados: Nove estudos, incluindo 361 participantes, foram incluídos nesta revisão sistemática. Evidências de muito baixa qualidade foram encontradas em favor do exercício aquático em pacientes asmáticos para Volume Expiratório Forçado em 1 segundo (VEF1 L/s); DM: 0,20, 95% IC: 0,02-0,38 N: 91) e para Capacidade Vital Forçada (CVF L); DM: 0,32, 95% IC: 0,08-0,56 N: 80). Nenhum efeito dos exercícios aquáticos foi observado na relação VEF1/CVF (DM:1,11, 95% IC: -1,28-3,49 N:80) em comparação com o controle. Apenas um estudo avaliou o efeito do exercício aquático sobre a qualidade de vida dos pacientes, indicando discreta melhora na qualidade de vida após a intervenção. Conclusões: As melhorias na função pulmonar e na qualidade de vida de pacientes asmáticos submetidos ao exercício aquático não são apoiadas por evidências de alta qualidade. Os resultados atuais precisarão ser confirmados por estudos adicionais com maior rigor do ponto de vista metodológico.
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    Qualidade de vida relacionada à saúde em pacientes com doença de Chagas
    (UFVJM, 2022) Almeida, Igor Lucas Geraldo Izalino de; Costa, Henrique Silveira; Lima, Vanessa Pereira de; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Costa, Henrique Silveira; Mendonça, Vanessa Amaral; Tsopanoglou, Sabrina Pinheiro
    A doença de Chagas é uma infeção causada pelo parasita Trypanosoma cruzi (T. cruzi), descoberta em 1909 pelo pesquisador e médico brasileiro Carlos Chagas. A doença permanece como um grave problema de saúde pública na América Latina, com potencial expansão para regiões não endêmicas. Trata-se de uma doença sem cura, negligenciada e estigmatizante. Além disso, a doença acomete os indivíduos em sua fase da vida mais produtiva e os pacientes relatam, muitas vezes, medo da morte súbita. Todos esses fatores podem levar ao comprometimento da qualidade de vida relacionada à saúde desses pacientes (QVRS). Portanto, diante dessa complexidade da doença e seu impacto na QVRS desses pacientes, torna-se necessário avaliar e sintetizar as informações acerca da QVRS para auxiliar no acompanhamento clínico do paciente e na elaboração de políticas públicas eficazes. Sendo assim, foi desenvolvida uma revisão integrativa para discutir os principais achados relacionados à QVRS de pacientes com doença de Chagas, com foco nos determinantes sociodemográficos, de estilo de vida, ecocardiográficos e funcionais, além do efeito de intervenções não invasivas na QVRS dessa população. Foi realizada pesquisa bibliográfica nas bases de dados MEDLINE, Web of Science, CINAHL, Scopus, LILACS e Embase, sem restrições de data ou idioma. A busca foi realizada entre junho e agosto de 2021 por três pesquisadores independentes (ILA, RDBO e TRD), com a utilização da seguinte estratégia de busca no PubMed: ((Chagas disease[Title/Abstract]) OR (Chagas cardiomyopathy[Title/Abstract]) OR (Chagas heart disease[Title/Restract])) AND ((quality of life[Title]/Resumo]) OR (qualidade de vida relacionada à saúde[Título/Resumo])), sendo modificada para cada base de dados. Vinte e dois artigos foram incluídos na revisão. Os resultados evidenciaram que a QVRS é pior em pacientes com doença de Chagas do que em indivíduos saudáveis, principalmente na presença de sintomas cardiovasculares e/ou gastrointestinais. Sexo, idade, classe funcional, nível de atividade física, hábitos saudáveis e medicamentos podem afetar a QVRS. A diminuição da função sistólica parece impactar negativamente na QVRS. Não foi observada associação com o pico de consumo de oxigênio nos testes máximos. Tanto a assistência farmacêutica quanto o treinamento físico têm efeito positivo na QVRS de pacientes com cardiomiopatia chagásica, e o componente mental pode ser um marcador prognóstico nessa população. Por fim, o estudo conclui que a avaliação da QVRS pode fornecer informações importantes sobre o estado de saúde dos pacientes com doença de Chagas, podendo auxiliar na prática clínica e no acompanhamento dos pacientes.
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    A qualidade de vida relacionada à saúde de pacientes com pós-Covid-19
    (UFVJM, 2021) Figueiredo, Eduardo Augusto Barbosa; Costa, Henrique Silveira; Tsopanoglou, Sabrina Pinheiro; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Costa, Henrique Silveira; Menezes Júnior, Luiz Antônio Alves de; Silva, Keity Lamary Souza
    Os sintomas e sequelas em pacientes pós-Covid-19 que necessitaram de hospitalização podem permanecer por meses, o que impacta significativamente na qualidade de vida (QVRS) desta população, essa, que continua seu fluxo de cuidado para a Atenção Primária à Saúde (APS). Assim, o presente estudo teve como objetivo discutir os principais achados sobre QVRS em pacientes pós-Covid-19 que necessitaram de internação. Foi realizada busca eletrônica nas bases de dados MEDLINE, EMBASE, CINAHL, Web of Science, LILACS e Scopus, sem restrição de data e idioma, até junho de 2021. Foram incluídos 24 artigos. Parece que a QVRS melhorou logo após a alta hospitalar, apesar do comprometimento da QVRS permanecer por meses. Os aspectos físicos e mentais são afetados, pois os pacientes relatam dor, desconforto, ansiedade e depressão. A QVRS dos pacientes infectados é pior quando comparada aos não infectados. Além disso, a QVRS parece ser pior nos pacientes internados na unidade de terapia intensiva quando comparada aos que permaneceram na enfermaria. A melhora na QVRS dos pacientes após a alta hospitalar é independente da melhora clínica, e parece que não há associação entre a QVRS após a alta hospitalar e a gravidade da doença na admissão hospitalar. Muitos fatores foram identificados como determinantes da QVRS, sendo o sexo feminino e a idade avançada os mais relatados, seguidos do tempo de ventilação mecânica invasiva e da necessidade de cuidados intensivos. Outros fatores incluem a presença e o número de comorbidades, capacidade vital forçada, alto índice de massa corporal, histórico de tabagismo, diploma universitário e estar desempregado. Em conclusão, esses achados podem ajudar no manejo clínico e devem ser considerados no acompanhamento dos pacientes.
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    Avaliação da qualidade de vida de graduandos em Farmácia em uma Universidade Federal
    (UFVJM, 2022) Castro, Cimara Vieira de; Cambraia, Rosana Passos; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Cambraia, Rosana Passos; Araújo, Lorena Ulhoa; Rodrigues, Telma Geralda Andrade Câmara; Oliveira, Thiago Sardinha de
    A qualidade de vida é definida como a percepção do indivíduo de sua posição na vida mediante sua cultura e crenças. É, portanto, um conceito complexo, subjetivo e interdisciplinar. Este estudo teve como objetivo conhecer a percepção do discente do curso de Farmácia da Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri a respeito da sua qualidade de vida no contexto acadêmico antes e durante a pandemia da Covid-19. Ademais, servir de aparato para a instituição na proposição de políticas para melhoria das condições de estudo dos discentes, mais especificamente daqueles da Farmácia. A pesquisa possuiu caráter transversal, observacional descritiva de abordagem qualitativa/ quantitativa. Foi aplicado um questionário estruturado em formato eletrônico, utilizando a plataforma formulários Google®, enviado por mensagem eletrônica (e-mail) individual a cada um dos 248 discentes do curso de Farmácia. Os sujeitos foram convidados a participar da pesquisa por adesão voluntária, cuja realização ocorreu após parecer consubstanciado do Comitê de Ética em Pesquisa, em atendimento a resolução nº 466/2012 do Conselho Nacional de Saúde. A análise de dados foi feita por meio da estatística descritiva e de associação. Para análise dos resultados foi utilizado o programa software R, com o pacote R-Commander. Foi obtido um resultado de 121 respostas. Foi identificado que ter uma alimentação saudável, horas suficientes de sono bem como de lazer, estar feliz com a vida afetiva, ter condições de moradia satisfatória além de transporte eficiente /seguro, apresentaram associação positiva (OR >1) em ter uma boa qualidade de vida durante a graduação. No entanto, os resultados mostraram que ser humilhado (a) / maltratado (a) em atividades do curso, estar estressado e não cuidar da aparência apresentaram associação negativa (OR <1) em ter uma boa qualidade de vida durante a graduação. Os resultados também mostraram que, em período de aulas remotas, quem aprendeu a conviver com essa situação de pandemia da Covid-19, relatou uma melhor qualidade de vida (OR >1). Por fim, os discentes revelaram desabafos de que se sentem prejudicados em alguns momentos e que a pesquisa tem uma perspectiva de serem ouvidos. Neste sentido, considerando que a qualidade de vida dos estudantes de Farmácia constitui-se em diferentes cenários e que as situações na formação do farmacêutico podem gerar tanto processos potencializadores como processos destrutivos de qualidade de vida, é que justifica a necessidade de conhecer essa ótica dos discentes frente a qualidade de vida acadêmica.
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    Eficácia de tratamentos para fibromialgia
    (UFVJM, 2021) Souza, Mateus Bastos de; Oliveira, Vinicius Cunha; Mascarenhas, Rodrigo Oliveira; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Oliveira, Vinicius Cunha; Costa, Leonardo Oliveira Pena; Bastone, Alessandra de Carvalho
    Contexto: A Fibromialgia (FM) é uma condição de saúde caracterizada por dor crônica generalizada, fadiga, distúrbios do sono e disfunções cognitivas, afetando de várias formas a vida dos pacientes. Muitas intervenções têm sido testadas para tratar essa condição clínica, mas não sabemos até o momento se alguma é melhor para diminuir a intensidade da dor e melhorar a qualidade de vida desses pacientes. Objetivo: Investigar a eficácia dos tratamentos para FM. Métodos: Foram conduzidas uma revisão sistemática com meta-análise para investigar a eficácia dos tratamentos para FM e uma network meta-análise (NMA) para investigar, através de comparações diretas e/ou indiretas, a superioridade de algum desses tratamentos. As bases de dados MEDLINE, Cochrane Library, EMBASE, AMED, PsycINFO e PEDro foram pesquisadas desde o seu início até maio de 2020 e sem restrição de idioma. Na primeira revisão sistemática, incluímos ensaios clínicos randomizados (ECRs) ou quasi-randomizados que investigaram qualquer terapia para indivíduos com FM. Já na segunda revisão, (NMA), incluímos ECRs comparando duas ou mais intervenções não farmacológicas para o tratamento de FM. Nas duas revisões, a população foi composta por adultos com FM, diagnosticados pelos critérios do Colégio Americano de Reumatologia de 1990, 2010 ou 2016. Os desfechos clínicos de interesse nas duas revisões foram a intensidade da dor e a qualidade de vida. Na NMA, a aceitabilidade também foi investigada. Na primeira revisão, foi conduzida uma meta-análise usando um modelo de efeitos aleatórios (método DerSimonian e Laird), enquanto na segunda revisão, diferenças das médias (MDs) e intervalos de confiança (IC) de 95% foram estimados usando NMA frequentista com modelo de efeitos aleatórios. Resultados: Na primeira revisão, para intensidade da dor, evidências de alta qualidade foram encontradas a favor da terapia cognitivo comportamental no curto prazo (intervenções com até três meses de duração após processo de randomização) e a favor de depressores do sistema nervoso central e antidepressivos no médio prazo (intervenções com duração acima de três meses e menores do que 12 meses). Para qualidade de vida, foram encontradas evidências de alta qualidade a favor de antidepressivos no curto prazo e em favor de depressores do sistema nervoso central e antidepressivos no médio prazo. Os efeitos estimados foram pequenos e não alcançaram relevância clínica. Há ausência de investigação no longo prazo (intervenções com duração de pelo menos 12 meses depois da randomização). Na segunda revisão (NMA), para a intensidade da dor e qualidade de vida no prazo imediato (intervenções de até duas semanas de duração após o processo de randomização), a maioria das intervenções eficazes em comparação com o nó de controle (Con; lista de espera, sem intervenção, placebo e sham) eram evidências de baixa qualidade. Para intensidade da dor no curto prazo (intervenções durando mais de duas semanas e menos de três meses), evidências de qualidade moderada mostraram que acupuntura (Acu), exercícios aeróbicos (AeET), exercícios aquáticos (AqET), balneoterapia (Bal), agulhamento seco (DryN), eletroterapia (Elec), terapia de campo magnético (MfT), terapia manual (MnT), terapia de fotobiomodulação (PbT), exercícios de resistência (ReET), vibração de corpo inteiro (WBV) e estimulação transcraniana por corrente contínua (tDCS) foram eficazes quando comparado ao Con. Para qualidade de vida no curto prazo, evidências de qualidade moderada mostraram que Acu, AeET, AqET, Bal, DryN, terapia multicomponente (McT), MfT, ReET e WBV foram eficazes quando comparados com Con. Para a intensidade da dor no longo prazo (intervenções com duração de pelo menos três meses após a randomização), evidências de qualidade moderada sugerem que AeET, AqET e ReET foram eficazes quando comparados com Con. Para qualidade de vida no longo prazo, evidências de qualidade moderada sugerem que AeET, AqET, McT e exercícios mistos (MiET) foram eficazes quando comparados com Con. Para aceitabilidade nos prazos imediato, curto e longo, foram encontradas evidências de que nenhuma intervenção ativa teve maior aceitabilidade quando comparada a Con ou outra intervenção ativa. Conclusões: A maioria das terapias atualmente disponíveis para o tratamento da FM não são apoiadas por evidências de alta qualidade, principalmente nos prazos imediato e longo. Algumas terapias podem reduzir a intensidade da dor e melhorar a qualidade de vida no curto e no médio prazo, tais como DryN e diferentes modalidades de exercícios, embora o tamanho do efeito possa não ser clinicamente importante. Assim, para tomada de decisão, alternativas de terapias oferecidas aos pacientes com essa condição clínica devem ser discutidas levando em consideração a melhor evidência, as preferências dos pacientes e a expertise do clínico. Futuras investigações na FM devem esclarecer efeito de terapias combinadas, realizar avaliação econômica e testar ensaios clínicos de implementação.
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    Fatores de risco para a piora da qualidade de vida relacionada à saúde bucal da dentadura mista para a dentição permanente: uma coorte de sete anos
    (UFVJM, 2021) Souza, Débora Souto de; Ramos Jorge, Maria Letícia; Ramos Jorge, Joana; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Ramos Jorge, Maria Letícia; Paiva, Saul Martins de; Andrade, Raquel Gonçalves Vieira de; Soares, Maria Eliza da Consolação
    Os objetivos foram avaliar a alteração da qualidade de vida relacionada à saúde bucal (QVRSB) da dentadura mista para a dentição permanente e os fatores de risco associados com sua piora após um intervalo de sete anos, levando em consideração a alteração das condições clínicas bucais. Metodologia: a coleta de dados deste estudo de coorte foi realizada nas escolas da cidade de Diamantina/MG. A avaliação do baseline foi realizada no ano de 2012, com 851 escolares. Em 2019 foi realizada a segunda avaliação (follow up) com 324 escolares entre 13 e 19 anos. A QVRSB foi avaliada em ambos os momentos, utilizando os questionários de percepção infantil (Child Perceptions Questionnaire- CPQ), apropriados para cada idade (CPQ 8-10 e CPQ 11-14). Para a avaliação longitudinal, foi realizada uma diferença dos escores totais do CPQ obtidos no baseline e no follow-up. Valores positivos indicavam uma melhora e valores negativos indicam uma piora na QVRSB. Condições clínicas bucais analisadas nos dois momentos foram a cárie e a má oclusão, seguindo os critérios da OMS pelo índice de dentes decíduos cariados, extraídos devido a cárie e obturados (ceod), índice de dentes permanentes cariados, perdidos e obturados (CPOD) e o índice de estética dental (Dental Aesthetics Index - DAI). As variáveis clínicas foram categorizadas como: ausência da doença em ambos os momentos; presença da doença somente no baseline; presença da doença somente no follow up; e presença da doença em ambos os momentos. Características socioeconômicas, idade e sexo também foram avaliadas no follow up. O teste de Wilcoxon analisou a diferença de médias da QVRSB entre o baseline e o follow up. A análise de regressão de Poisson não ajustada e ajustada por níveis hierárquicos foi realizada para analisar a piora da QVRSB com as variáveis independentes. Apenas as variáveis com p<0.20 prosseguiram para o nível seguinte. Na regressão de Poisson ajustada, apenas as variáveis com p<0.05 foram consideradas estatisticamente significativas. Razão de prevalência (RP) e risco relativo (RR), com 95% de intervalos de confiança (IC) foram calculados. Resultados: um total de 27% dos escolares piorou sua QVRSB após sete anos. Escolares do sexo feminino (RP: 1.68; IC95%: 1.07 a 2.63; p=0.02) e na faixa etária entre 17 a 19 anos (RP: 1.82; IC95%: 1.09 a 3.04; p=0.02) tiveram uma maior prevalência da piora da QVRSB. Má oclusão presente apenas no follow up representou um risco 78% maior (RR: 1.78; IC95%: 1.01 a 3.19; p= 0.04) para a piora da QVRSB. Conclusão: Ter má oclusão apenas no follow up foi um fator de risco para uma piora na QVRSB. Ser da faixa etária entre 17 a 19 anos e do sexo feminino são fatores associados a piora da QVRSB.
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    Aspectos epidemiológicos da leishmaniose tegumentar em municípios da Superintendência Regional de Saúde de Diamantina, Minas Gerais, Brasil
    (UFVJM, 2021) Carvalho, Carolina Di Pietro; Dias, João Victor Leite; Pires, Herton Helder Rocha; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Dias, João Victor Leite; Nunes, Ana Paula Nogueira; Machado de Assis, Girley Francisco; Morais, Harriman Aley
    A Leishmaniose Tegumentar (LT) é uma infecção de transmissão vetorial causada por diferentes espécies de protozoários do gênero Leishmania, com ampla distribuição global e diferentes padrões de transmissão, o que resulta em um conhecimento ainda limitado sobre alguns aspectos biológicos/ecológicos envolvidos na epidemiologia da doença, dificultando o seu controle. O presente estudo objetivou ampliar o conhecimento sobre a distribuição espacial da LT em 33 municípios de região endêmica do estado de Minas Gerais, bem como sobre os aspectos assistenciais e o impacto da doença percebido pelos pacientes submetidos ao tratamento. Utilizando como metodologia ferramentas de análise espacial, dados epidemiológicos dos casos novos notificados de LT, no período de 2005 a 2019, a distribuição espacial das localidades positivas para casos de LT foi analisada por meio de estimadores de densidade de Kernel e a identificação de clusters de alto risco para LT por meio da estatística de varredura Scan. Além disso, foram aplicados dois questionários às pessoas diagnosticadas e tratadas nos anos de 2018 e 2019. Foram registrados 998 casos novos de LT, com distribuição espacial heterogênea pela região estudada, o maior número de registros ocorreu nos anos 2010, 2011 e 2018. Identificaram-se 11 clusters de alto risco para ocorrência de LT com risco relativo de até 70,9. A maioria dos acometidos era residente na zona rural (67,4%), do sexo masculino (55,5%), com idade média de 43 anos e escolaridade de até ensino fundamental completo (51,9%). Em relação à evolução clínica, 62,9% dos casos evoluíram para cura. Os pacientes submetidos à terapia intralesional perceberam um menor impacto da LT e uma maior satisfação com o tratamento e os serviços de saúde do que os pacientes tratados por via sistêmica. De maneira geral, a chance de alto impacto da LT associou-se à ocorrência de complicações/reações durante o tratamento, gastos extras e menor renda. Já a baixa satisfação associou-se ao alto impacto da LT, complicações/reações durante o tratamento e maior renda familiar. Abordar o padrão espacial de ocorrência da LT, suas características epidemiológicas, bem como a organização assistencial à saúde, são importantes e constituem ferramenta valiosa para o planejamento e execução das atividades de vigilância em saúde e assistência.
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    Validação do questionário de qualidade de vida “Patient Generated Index” (PGI): avaliação na qualidade de vida centrada no paciente renal crônico
    (UFVJM, 2021) Campos, Patrícia Cardoso; Lima, Vanessa Pereira de; Figueiredo, Pedro Henrique Scheidt; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Lima, Vanessa Pereira de; Costa, Henrique Silveira; Gonçalves, Roberta Lins
    Introdução: Indivíduos com doença renal crônica (DRC) dialítica, apresentam limitações na qualidade de vida relacionada a saúde (QVRS), com perda da capacidade funcional, existe a possibilidade do declínio nos múltiplos sistemas orgânicos. Todas essas variáveis são importantes para avaliação dessa população. Alguns instrumentos têm sido utilizados para medir a QVRS nos pacientes dialíticos, como o Kidney Disease Quality of Life - Short Form (KDQOL – SF) multidimensional com questões específicas e genéricas relacionadas a saúde, porém é um questionário extenso e limitado ao ser aplicado em diferentes momentos da doença. O Patient Generated Index (PGI) é um instrumento destinado a avaliação da QVRS, na qual mede o impacto de uma doença nas áreas de vida que os próprios pacientes consideram importantes. Na DRC dialítica sua aplicação não foi estudada. Objetivo: Avaliar a confiabilidade teste-reteste e a validade do PGI em pacientes com DRC em hemodiálise. Métodos: Por meio de estudo não experimental com medidas repetidas o PGI foi aplicado, duas vezes (7 dias de intervalo) para a avaliação da consistência interna e confiabilidade teste-reteste. A validade concorrente foi avaliada pela correlação do PGI com o KDQOL-SF específico para avaliação QVRS de pessoas com DRC dialítica, com o Perfil de Atividade Humana (PAH), Escala de Participação Social. A validade divergente foi avaliada pela correlação com o teste Glittre Activities of Daily Living test (Glittre ADL Test). Resultados: Foram avaliados 91 indivíduos com DRC em hemodiálise. Foi observada excelente confiabilidade entre as medidas do PGI; com CCI = 0,97 (IC95% 0,924 - 0,98, p=0,001). O PGI correlacionou-se com o KQDOL - SF nos domínios Capacidade Funcional (r = 0,38; p < 0,001), Bem Estar Emocional (r = 0,31; p = 0,003), Aspecto Social (r = 0,22; p = 0,036), Função Emocional (r = 0,22; p = 0,038) e Efeito da Doença Renal (r = 0,21; p=0,042), assim como com os escores Físico (r = 0,24; p = 0,021), Mental (r = 0,21; p = 0,05) e Geral (r = 0,22; p = 0,037) sumarizados. Houve correlação significativa entre o PGI e o PAH (r = 0,40; p < 0,001) e com a Escala de Participação Social (r = -0,36; p < 0,001). Não houve correlação com o escore do PGI e o Glittre ADL (r = 0,12; p = 0,247). Conclusão: O PGI mostrou-se um instrumento reprodutível e válido para avaliação da qualidade de vida centrada no paciente em indivíduos submetidos à hemodiálise.